Meu paradeiro é
uma janela aberta, uma sacada convidativa e a eternidade de uma madrugada de
sexta. Ou de sorte, como preferir. No céu, um punhado de estrelas. Nas ruas, um
bocado de carros que cintilam artificialmente seus faróis coloridos.
Meu paradeiro é
uma antologia de contextos memoráveis. O colo dos meus pais, o carinho dos
avós, os sorrisos dos amigos. Cada trago no cigarro de costume, os copos
cheios, os copos vazios. Sem saideira, que hoje é dia de celebrar a delícia da
vida!
Meu paradeiro
são as ideias mais absurdas e os planos mais malsucedidos do universo. Tento,
tento e sigo tentando. O paraíso reserva um lugar especial para os
persistentes.
Meu paradeiro é
onde Deus quiser. Assim penso, assim pratico. Não acredito em meios caminhos.
Meu paradeiro é qualquer lugar, qualquer nova aventura, qualquer beira de
estrada ou terra batida. Um guia nas mãos e a mochila nas costas. Vou que vou,
cubro as apostas e finalmente chego.
Onde? Onde quer
que você esteja. Meu, paradeiro meu.
Meu paradeiro
são os teus olhos, teus braços, tuas pernas. Meu paradeiro é a tua boca, teu
sexo, tua cama, coberta de amor. O gemido, ao pé do ouvido. As unhas, rasgando a
carne. A gota, que escorre por entre os corpos suados. O calor dos embriagados,
dos amantes sem qualquer vestígio de culpa.
Meu paradeiro é
a manhã seguinte.
E todas as manhãs subsequentes, às nossas infindáveis noites de amor e fúria.